A proposta consta da Reconstrução e Ampliação de um edifício de habitação preexistente, com manutenção do perímetro edificado, reconvertido nas futuras instalações da Casa do Cante, composta por um Museu sobre a temática dos cantares alentejanos, zona de espectáculos e serviços de apoio complementares, bem como loja de gourmet. A proposta consta da Reconstrução e Ampliação de um edifício de habitação preexistente, com manutenção do perímetro edificado, reconvertido nas futuras instalações da Casa do Cante, composta por um Museu sobre a temática dos cantares alentejanos, zona de espectáculos e serviços de apoio complementares, bem como loja de gourmet.
A estratégia de intervenção passou por preencher, parcialmente, o logradouro existente, na zona central do lote de intervenção, com um edifício de volumetria baixa que se adapta aos limites do mesmo logradouro, ligando fisicamente as duas entradas a norte, a Rua João Valente, e a sul a Rua dos Quartéis. O edifício tem ainda uma segunda ligação, não menos importante, com o edifício existente (casa de habitação). A volumetria proposta no logradouro é pontuada por pátios que permitem a entrada de luz natural nos espaços e ventilação, reduzindo a necessidade de rasgar vãos nas fachadas de rua. O logradouro é assim entendido como um elemento de circulação e de transição exterior coberto que, pontuado por pequenos pátios, permite levar a iluminação e ventilação ao interior desta zona de espectáculos polivalente - o que se enquadra legalmente no PDM uma vez que não altera a estrutura nem as fachadas exteriores do edifício, não ultrapassando a cércea dos muros que delimitam o logradouro.
O acesso principal e para o público em geral é feito pela Rua dos Quartéis, a Sul do edifício proposto, bem como a poente na Rua Dos Cavalos, que marca a entrada para a fonoteca no piso de entrada e para o Museu no piso superior. A entrada a norte é reservada para a entrada de artistas, funcionando também como saída pontual de público. Esta entrada serve ainda para cargas e descargas de material ligado ao cantar Alentejano. A organização funcional do edifício proposto prende-se com o conceito de percurso cultural animado entre as diferentes entradas através da rua. Este percurso é pontuado logo na entrada a sul pelo bar e cafetaria, que se assumem como zona de recepção e de transição entre a reunião da comunidade, para posterior assistência no auditório proposto, bem como no percurso/plateia informal, de forma a diluir e aumentar a capacidade de espectadores num espaço de área reduzida. A circulação vertical reúne-se essencialmente num núcleo que serve de transição entre a cota do edifício proposto com a cota do edifício existente, albergando as escadas e o elevador/monta-cargas. A organização funcional do edifício existente, é marcada por uma estrutura tipológica existente de pequenos espaços com uma circulação sucessiva entre eles, pelo que se optou por criar espaços mais amplos demolindo, estrategicamente, paredes não estruturais, tanto no Museu do Cante como na sala polivalente. A circulação vertical a poente, com a Rua dos Cavalos, é feita através das escadas existentes, a preservar.
No piso 1, criou-se a possibilidade de expandir as actividades pedagógicas sobre a cobertura/terraço do edifício proposto, sendo delimitado por um banco corrido que serve de guarda bem como passagem de infraestruturas. Isto permite que a cércea do edifício proposto não ultrapasse os 4.16m da cércea existente, respectivamente na Rua João Valente e na Rua dos Quarteis. O terraço funciona como elemento exterior de reunião e surge como uma nova possibilidade de expandir as actividades da Casa do Cante.
As coberturas no edifício existente e nos dois anexos são para preservar, tanto a sua cércea/inclinação como o material de revestimento (telha). Os materiais propostos reforçam as ligações entre o edifício a propor e as entradas a partir da rua. Optou-se por utilizar pedra com a mesma textura e cor do pavimento dos arruamentos de acesso, mas com uma métrica e estereotomia diferente no interior do edifício proposto.
No piso superior da casa existente, agora Museu do Cante e serviços pedagógicos, mantêm-se os pavimentos em soalho de madeira. O edifício, a reconstruir e ampliar, tem como finalidade instalar a Casa Do Cante (sala de espectáculos, Museu e serviços pedagógicos), tirando partido de uma forte relação urbana, criando um espaço de encontro, de partilha da música e sobretudo das tradições alentejanas fortemente enraizadas e genuínas.